I Semana da Música marca encerramento do semestre na Escola Municipal de Artes

[O evento aberto ao público recebeu nos três dias de sua realização profissionais de diferentes seguimentos da música, que se apresentaram e ministraram palestras para o público presente]  

 

Foi com uma manhã marcada por apresentações de música instrumental e de canto coral na Praça da Matriz, no Centro de Aparecida de Goiânia, que a Escola Municipal de Artes encerrou sua 1ª Semana da Música que aconteceu de 12 a 14 de junho. O evento a céu aberto contou com a presença do vice prefeito Veter Martins, representando o prefeito Gustavo Mendanha, e o vereador Isaac Martins, como representante do legislativo municipal.

O evento tomou de surpresa os aparecidenses que transitavam pelo local ou que se encontravam acomodados nas imediações da Praça da Matriz e que, assim que perceberam o começo das exibições, aproximaram-se dos músicos para assistir às apresentações dos alunos do Núcleo de Música da Escola Municipal de Artes, numa ação que concluiu o primeiro semestre dos cursos ministrados pela instituição neste ano de 2019.

A movimentação na Praça da Matriz atraiu, por exemplo, o aparecidense Valdemar Ferreira da Silva, 58, morador do Centro, que enalteceu a atuação dos músicos porque, segundo percebeu, aquele seria um trabalho de resgate das crianças e adolescentes. “É difícil ver tanta criança, tantos jovens interessados pela música”, afirmou.

 

Natural de Mossoró, estado do Rio Grande do Norte, mas moradora em Aparecida de Goiânia há 25 anos, residindo no Setor Real Grandeza, a dona de casa, Antônia Gonçalves Figueiredo, 57, que acompanhava a filha e uma nora durante as apresentações de encerramento da Semana da Música, é outra que elogiou o evento e destacou sua importância pelo seu caráter social e de resgate da juventude. “Os jovens estão todos jogados, sem perspectiva, nas drogas, e se todos eles tivessem um envolvimento desse tipo seria muito diferente a vida”, aposta.

Jaíra Machado(foto acima, ao centro), 90, moradora de Uruaçu, mas de passagem por Aparecida de Goiânia em visita a familiares, assistiu a todas as apresentações acompanhada da irmã e de um casal de filhos. Questionada a respeito de sua opinião sobre a importância do evento, disse que estava encantada ao ver tanta criança envolvida com a arte. “É tudo muito lindo, muito interessante e importante para o desenvolvimento das pessoas”, disse.

Tanto na solenidade de abertura do evento, que aconteceu pela manhã do dia 12, terça-feira, quanto por ocasião do encerramento na Praça da Matriz, na sexta-feira, 14, as autoridades políticas presentes foram unânimes ao destacarem a importância da Escola Municipal de Artes para a vida da população aparecidense e, em especial, para crianças e jovens que nutrem paixão pela música, mas que, por diferentes razões, não dispõem de condições para arcar com os custos de uma formação musical de qualidade, como a que é proporcionada pelo Núcleo de Música da Escola Municipal de Artes.

Destacaram também a importância dos professores que formam a equipe de profissionais à frente do projeto e que, de modo pedagógico, vêm produzindo resultados, promovendo o desenvolvimento dos alunos e os encaminhando para o mundo das artes, mostrando a eles um novo horizonte de possibilidades. Guido Marco Brem, por exemplo, que é secretário executivo de Cultura e Turismo da Secretaria de Educação, pasta a qual está vinculada a Escola Municipal de Artes, elogiou a equipe e prometeu empenhar-se no que for preciso para viabilizar recursos que possam melhorar as condições de desenvolvimento das atividades promovidas pela unidade educacional.

A secretária Valéria Pettersen que, por questões de agenda não pode comparecer ao evento, fez questão de parabenizar a iniciativa dos organizadores e afirmou que já está em vistas a proposta de construir um prédio próprio para abrigar a Escola Municipal de Artes. A ideia é proporcionar a alunos e professores espaço adequado e de maior conforto para o desenvolvimento das aulas. “Nossa Escola de Artes presta um trabalho de excelência para a população e, em especial, para as nossas crianças”, lembrou a secretária, deste modo, justificando a necessidade de investir na edificação de um local que abrigue professores e alunos proporcionando maior conforto no exercício e desenvolvimento de suas habilidades artísticas.

 

Proposta pedagógica do evento

De acordo com as afirmações do maestro Francinaldo Rodrigues, que é coordenador da Escola Municipal de Artes, a primeira edição da Semana da Música atendeu às expectativas dos organizadores do evento. Além disso, destacou a importância das apresentações que, segundo explica, representariam um marco na vida dos alunos que frequentam os cursos ministrados pela instituição. Conforme pontua, o evento teria sido pensado como culminância das atividades realizadas no decorrer do semestre e também como forma de produzir na vida dos jovens músicos a primeira experiência de contato com uma plateia. “É uma maneira de introduzir os alunos no cenário das realidades que envolvem a música e a carreira de um músico profissional e também de divulgar nosso trabalho na Escola de Artes, além de levar até a população música de qualidade”, argumentou o maestro.

Durante a sua realização, a Semana da Música manteve um cronograma de apresentações musicais e de palestras que aconteceram nos períodos da manhã e da tarde no auditório da Escola Municipal de Artes com a participação de alunos da própria instituição e recebendo visitantes, entre eles, estudantes de bandas marciais de escolas públicas. Na avaliação dos organizadores, os encontros teriam sido pensados levando em conta o caráter pedagógico, como forma de promover o conhecimento e de levar aos participantes informações importantes sobre a arte musical, acerca das disciplinas e dos respectivos instrumentos utilizados nas aulas.

 

Palestras e experiências

No primeiro dia de evento, quem esteve no comando das apresentações da I Semana da Música foi o professor de bateria e de teoria musical da Escola Municipal de Artes, Rafael Lopes Quirino. Há dois anos trabalhando como instrutor na instituição, o professor destacou que o evento é significativo para o aluno, porque dá a ele a oportunidade de sair da aula teórica e viver a experiência na prática. “É a hora do aluno subir no palco e virar performance mostrando o que aprendeu durante as aulas”, comenta o professor que, na ocasião, ministrou rápida palestra tratando da conceituação e da diferenciação que há entre os termos gênero, estilo e ritmo.

No segundo dia, o evento recebeu o Grupo Musical Ciranda Jazz para que, além das apresentações, seus componentes, por meio de uma conversa espontânea e descontraída, pudessem repassar suas experiências ao público presente, composto, em sua maioria, de alunos dos cursos da Escola Municipal de Arte e de bandas marciais de escolas públicas. Na ocasião, o professor de canto, Jefferson Silva Sousa, apresentou uma variedade de performances musicais e de técnica vocal, além de ministrar palestra sobre a estrutura do aparelho vocal e sobre os cuidados necessários com a voz.

O momento serviu também de oportunidade para que o público pudesse tomar conhecimento da realidade vivida pelos músicos, desde a descoberta da vocação, dos primeiros passos de aprendizagem musical, até a condição atual de profissionais que atuam no acompanhamento de bandas de artistas de renome no cenário da música popular brasileira. Foi oportunidade para o público compreender de que modo cada pessoa opta por se aperfeiçoar em um determinado instrumento e para se discutir a relação entre aptidão, talento e a opção por um seguimento específico na carreira musical. Neste sentido, um dos componentes do grupo musical Ciranda Jazz argumenta: “Não defendemos a ideia de que as pessoas não conseguem aprender música, porque se acham desprovidas de talento”. Conforme explicou, mesmo que, para uns, o aprendizado exija mais dedicação, todas as pessoas são capazes de aprender a tocar qualquer instrumento que desejarem, muito embora, para certas pessoas, seja requerido maior tempo de dedicação.

 Depoimentos

Professora de música da Colégio Geraldo Ribeiro da Silva, unidade educacional do Setor Parque Real, em Aparecida de Goiânia, Lidiane da Silva Ribeiro, 41, acompanhou uma comissão de alunos durante o segundo dia de apresentações da Semana da Música. A ideia, segundo explicou a professora, é proporcionar aos estudantes de sua unidade educacional condições para que possam adquirir um olhar diferente com respeito à musicalidade. Indagada sobre sua opinião em relação ao evento, a educadora afirmou que Aparecida de Goiânia ganha muito ao incluir a música na agenda de eventos do município. “A arte musical tende a levar o ser humano a ser mais feliz, mais alegre e se entender mais no meio social”, argumenta.

Karollainy Ribeiro Fernandes de Souza, 13 anos, estudante do 8º ano do Colégio Estadual Geraldo Ribeiro, que faz parte da banda da escola onde toca instrumento de percussão, o tarol, resumiu seu sentimento da seguinte maneira: “Estou adorando o evento, porque aqui a gente está conhecendo vários tipos de instrumentos diferentes daqueles que a gente toca na nossa banda.”

Bruna Lima da Silva Abreu, 24, estudante de enfermagem, moradora do Setor Serra Dourada II, que faz aulas de teclado na Escola Municipal de Artes, comenta que a Semana da Música é uma forma de preparar os alunos. “Durante o evento, mostramos o quanto nós nos desenvolvemos nas aulas, mas também prepara o nosso psicológico, o nosso emocional, para participarmos de outros eventos, em grandes apresentações”, conclui.

Kauan Luiz de Souto Silva e Matheus Henrique Viana dos Santos, ambos com 13 anos, moradores dos respectivos setores Marista Sul e Morada dos Pássaros, apresentaram-se no dia de abertura e de encerramento da I Semana da Música. Estudantes de violão na Escola Municipal de Artes há dois anos, os dois explicam as vantagens adquiridas a partir do ingresso dos mesmos no Núcleo de Música. Kauan Luiz, por exemplo, comenta que o principal ganho do aluno na Escola de Artes dar-se-ia por conta de ser um ambiente que possibilita maior interação social. “Quando eu tomava aula particular, não havia tanta interação, não tinha um companheiro para me acompanhar fazendo uma base no violão. Aqui eu tenho colegas, posso aprender com eles e eles comigo”, arrematou. Matheus Henrique, por sua vez, descreve a importância do evento ressaltando o papel da música na vida das pessoas. “Eventos desse estilo nos ajudam a compreender o tanto que a música é bela em nossa vida, o tanto que ela facilita em tudo. Por exemplo, se você está estudando para uma prova, você põe numa música e, às vezes, ajuda”, pontua o jovem músico, que faz o oitavo ano e sonha em seguir carreira como cantor profissional gospel.

Destaque na plateia por sua indisfarçada emoção, a vendedora Maria de Fátima Lemes da Silva Andrade, 58, moradora do Setor Retiro do Bosque, acompanhava o neto, Múcio Henrique Filho, 11, em sua primeira exibição de bateria para o público, no dia de abertura do evento. Foi entre lágrimas e depois de uma sessão de fotos que tirou da ocasião que ela declarou ter faltado ao serviço naquela manhã para levar o neto e assisti-lo em sua apresentação. “Tem música que toca no coração da gente e a gente chega derramando lágrima”, justificou a vendedora, naquela ocasião, elogiando o trabalho dos professores da instituição e comentando que é um investimento necessário do poder público, porque, segundo considera, é uma forma de tirar as crianças da rua e de oferecer a eles uma outra perspectiva.

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