Escolas Municipais comemoram Dia da Consciência Negra

Postado em: 22/11/2021

Data, celebrada oficialmente desde 2003, é dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira

Em 20 de novembro comemora-se o Dia da Consciência Negra. Criada em 2011 pela Lei Federal de nº 12.519, a data foi escolhida em memória ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, principal líder quilombola e símbolo da resistência do povo negro brasileiro. Incorporado ao calendário escolar da Rede Municipal de Educação (RME) de Aparecida de Goiânia, o dia tem servido para a realização de culminância de projetos escolares e para realizar eventos focados no tema.

A Escola Municipal Nova Olinda, localizada no setor de mesmo nome, por exemplo, trabalhou o tema da Consciência Negra ao longo de toda a semana que antecede o dia 20 (sábado). Os professores e alunos desenvolveram dinâmicas de grupo para discutir a escravidão, os efeitos dela na sociedade ainda nos dias atuais e realizaram na quinta-feira, 18, um almoço especial, dando evidência para a influência da cultura do povo negro na culinária brasileira.

Na Escola Municipal Deraldo Lisboa, Jardim Rosa do Sul, além das atividades pedagógicas realizadas ao longo da semana pelos professores, acontecerá um desfile nesta sexta-feira, 19, às 17h, com a participação de alunos e servidores negros. “Nossa escola tem bastante alunos negros, com este evento queremos trazer um sentimento de pertencimento e principalmente de orgulho pelo nosso povo”, comentou o diretor da unidade Ângelo Junior Santos.

Na Vila Delfiori, a Prefeitura de Aparecida de Goiânia mantém a Escola Municipal Serra das Areias, que é a escola quilombola do município. De acordo com a coordenadora pedagógica da instituição, Patrícia Alice Rodrigues, a escola trabalha as temáticas relacionada aos valores da cultura do povo negro ao longo de todo o ano letivo e inserido nas disciplinas numa perspectiva interdisciplinar e transversal. “Nossa escola está inserida num bairro onde a comunidade quilombola é parte integrante. Então, é natural essas discussões no nosso dia e o dia 20 para nós é o dia de culminância dos nossos projetos”, enfatizou.

Para a diretora da escola quilombola, Ângela Pereira de Paula, é papel da educação contribuir no combate do racismo. “A criança negra chega na escola retraída, sentindo-se inferior devido ao racismo na sociedade e, por meio dos trabalhos de conscientização na escola, ela passa a entender que é linda, maravilhosa e inteligente do mesmo jeito que o branco, amarelo e pardo é. Além disso, todos acabam compreendendo que mesmo diferentes somos todos iguais”, destacou a diretora.

Durante ação em alusão ao Dia Nacional de Consciência Negra realizada na tarde desta sexta-feira, 19, na Escola Serra das Areias, a Silene Evangelista, mãe da estudante da unidade, Murielly Evangelista, parabenizou a iniciativa da escola. “É muito importante, porque como as crianças estão em formação, elas aprendem tudo com facilidade. Sendo assim, elas vão estar preparadas para a vida adulta, já conscientes de que devem respeitar o próximo, ter humanidade e amar um ao outro. Eu só tenho que parabenizar os professores e gestores que tiveram essa iniciativa de fazer esse trabalho muito bonito, que é incentivar o amor e união entre as crianças”, comentou.

Para fortalecer o trabalho dos educadores na valorização dos povos negros e da cultura afro-brasileira, a Secretaria Municipal de Educação (SME) realizou neste ano a entrega de material didático sobre o ensino de História da África e da Cultura Africana. No total, foram distribuídos 1.250 livros que têm como título “O que você sabe sobre a África?” e mais de 3,6 mil revistas Coquetel produzidas pela Editora Ediouro, por encomenda do Ministério da Educação.

O ensino da História da África e da Cultura Africana está previsto na Lei 10.639/03 e, neste sentido, a proposta do material didático é o de disseminar conhecimentos sobre a história e culturas no povo do continente africano e sobre a presença dos povos de cultura afro em diferentes partes do mundo, com abordagem especial sobre os afro-brasileiros.

Fonte: Gedeon Campos e Juliana Fulquim

Foto: Claudivino Antunes

Comemoração ao Dia da Consciência Negra em Aparecida de Goiânia

Para celebrar o Dia da Consciência Negra em Aparecida de Goiânia, nesta quarta-feira, 20, a Secretaria de Educação, Cultura e Turismo e a Secretaria de Articulação Política executaram, juntas, um cronograma de atividades envolvendo, entre outras coisas, danças tradicionais, apresentações de coreografias dramáticas, atrações musicais, roda de capoeira, desenho e artesanato. O evento aconteceu durante todo o dia na quadra poliesportiva Adalto Ferreira de Souza, Jardim Riviera, e contou com a participação de alunos de escolas públicas do Município e do Estado, além de entidades como o Ponto de Cultura Quilombo e a comunidade Quilombo Urbano da Vila Delfiori.

A data foi marcada também pelo lançamento da música “Consciência”, de autoria e interpretação do cantor Ricardo Oliveira. Instituída como canção oficial da Igualdade Racial em Aparecida de Goiânia, o artista teria se inspirado em sua própria vida, pois, segundo expôs, teria passado por situações de preconceitos que quase o teriam levado à derrota. “A música foi feita para nós nos conscientizarmos, para nos amarmos e elevar a nossa autoestima”, comentou. Produzida por recomendação do movimento racial no município, a música deve chegar em breve às escolas da Rede Municipal de Educação. 

Músico Ricardo Oliveira apresentando sua composição que será a música oficial do movimento pela Igualdade Racial

De acordo com o diretor de Cultura e Igualdade Racial, que esteve à frente do evento, João Batista Ribeiro, 35, a celebração da data é importante para fortalecer o respeito à diversidade, considerando que Aparecida de Goiânia é uma cidade que tem suas bases profundamente enraizadas na mistura de culturas e raças. Uma outra aposta estaria do fato de a comemoração contribuir para promover a autoconsciência a relação identitária e de pertencimento da pessoa negra, desse modo, influenciando na transformação de atitude dos sujeitos. “A nossa juventude é a maior protagonista na luta pelo fortalecimento de políticas afirmativas”, observou.

Apesar do dia 20 de novembro marcar a questão do negro, a tônica do evento, pelo que ficou visível em cada apresentação, foi o apelo geral e irrestrito pelo respeito a toda forma de diversidade. Na abertura, o secretário executivo de Cultura e Turismo, Guido Marco Brem, lembrou que é preciso tratar todos com a mesma medida. “Todo mundo precisa do mesmo respeito”, frisou.

Em caravana, alunos do Colégio Estadual João Barbosa Reis deslocaram-se do setor Madre Germana I para participar das comemorações promovidas no Dia da Consciência Negra no Jardim Riviera. Kauã Victor Gonçalves de Souza, 14, aluno de 9º ano da instituição, falou da importância do evento para elevar a autoestima do negro e para a mudança de percepção sobre sua importância na sociedade. “Brancos e negros precisam mudar a forma de olhar o negro, deixar a gente falar mais, pois precisamos ter direito à voz”, comentou.

Hellen Luz Gomes da Silva, 18, aluna do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Pedro Neca, por sua vez, observou que a desigualdade é uma das marcas da sociedade o que, segundo ela, justificaria eventos como o da Consciência Negra como um meio de os negros demonstrarem o seu valor e a força da sua cultura. “É notória a diferença social entre negros e brancos. Não que não haja negros em bairros de classe alta e que não haja brancos em bairros periféricos, mas é notória a diferença da quantidade da população negra que se concentra nas periferias”, avalia a estudante.

Diretora do Centro Municipal de Educação Infantil Olaídes Bonifácio, setor Serra Dourada III, professora Ana Paula Oliveira, aproveitou a ocasião para advertir sobre os problemas decorrentes do preconceito racial que, na sua opinião, tem se tornado prática cada dia mais  recorrente, segundo ela, porque as pessoas estariam mais encorajadas pelo advento das redes sociais. “Precisamos também de nos servir das redes sociais para propagar afirmações sobre a condição do negro e para esclarecer às pessoas que a prática de racismo é crime”, sugeriu.

Wesley Santos, 34, professor de História do Colégio Estadual de Período Integral Nova Cidade e que acompanhava os alunos da instituição no evento, ao fazer uma avaliação sobre a importância das comemorações de 20 de novembro em oposição ao 13 de maio, que marca a abolição da escravatura, salientou que seria uma forma de valorizar a participação do negro na construção da cultura e da sociedade brasileira, fortalecendo sua imagem ao centro, como agente de sua própria história. “A gente precisa entender que a história do negro no Brasil não é só a história da escravidão. É a história da construção do Brasil, da contribuição de um povo e de vários povos de origem africana”, arrematou.     

Fonte: Gedeon Campos

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